Chiara Corbella com o marido Enrico e o filho Francesco
Jovem italiana salva a vida do filho durante
a gestação
Leonardo Meira
leonardo.jornal@editorasantuario.com.br
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A gravidez tornou-se sinônimo de heroico testemunho
pró-vida para a jovem italiana Chiara Corbella Petrillo. Ela faleceu no último
dia 13 de junho, após mais de um ano travando uma batalha contra um câncer, o
“dragão” que a perseguia, como ela mesma definia o tumor.
A luta de Chiara começou em janeiro de 2011. Aos 27
anos e no quinto mês de gestação, ela viu-se frente a um diagnóstico que
deixaria qualquer pessoa atônita: uma grave lesão na língua foi detectada como
sendo um carcinoma, tipo de tumor cancerígeno maligno que tende a provocar
metástase, fase em que a doença espalha-se rapidamente por todo o corpo.
Ela não hesitou em tomar a decisão de seguir adiante
com a gravidez e, apenas após o nascimento do filho, dar início ao tratamento
da doença. Anteriormente, a jovem havia tido duas gestações de bebês – Maria e
Davide – que nasceram com graves más-formações e morreram pouco tempo após o
parto.
Chiara salvou o filho de eventuais impactos do
tratamento contra o câncer, que poderia causar até mesmo um aborto. Em 30 de
maio de 2011, o filho Francesco veio sadio ao mundo. Ali também se
intensificava a peregrinação luminosa da vida da jovem romana. Ao longo do
tratamento, Chiara teve de extrair o olho direito. Em 4 de abril deste ano, foi
diagnosticada pela equipe médica como “doente terminal”. Seus passos de
santidade tornavam-se mais acelerados.
A missa de corpo presente de Chiara foi celebrada no
dia 16 de junho, na paróquia de Santa Francesca Romana. O vigário-geral do Papa
para a diocese de Roma, cardeal Agostino Vallini, esteve presente. Meses antes,
havia conhecido a história e se encontrado com o casal Corbella Perillo. “É a
nova Gianna Beretta Molla”, disse o cardeal.
A história de Chiara está dando a volta ao mundo e
vídeos com seu testemunho têm registrado milhares de visualizações na internet.
“Chiara é uma grande lição de vida, uma luz, fruto de um maravilhoso projeto de
Deus que não podemos compreender, mas que existe. Por isso, recolhamos esta
herança que nos recorda a necessidade de dar o justo valor a cada pequeno ou
grande gesto cotidiano”, afirmou dom Vallini.
O frei franciscano Vito, que acompanhou a família no
último período, indicou que, ao saber que era “doente terminal”, Chiara pediu
apenas um milagre: “não a cura, mas viver os momentos da doença e do sofrimento
em paz. Vimos morrer uma mulher que deu a vida por amor aos outros”.
“Corações enamorados na cruz”
“Vou para o céu juntamente com Maria e Davide. Tu permaneces aqui com o papai.
De lá, rezarei por ti, escreveu em uma carta que deixou para o filho Francesco
antes de partir. Chiara era casada com Enrico, que conheceu aos 18 anos,
durante uma peregrinação. Poucos meses depois, começaram um namoro que durou
quase seis anos. Aos 24 anos, casaram-se.
“Viver com a minha mulher foi belíssimo. A cada dia nos
enamorávamos mais, tanto um pelo outro quanto por Jesus. Em meio aos
sofrimentos, agarramo-nos ao Senhor com todas as nossas forças, pois o que Ele
nos pedia era seguramente muito maior do que nós. Na realidade, a Cruz, se
vivida com Cristo, não é feia como parece. Se confia nele, descobre que neste
fogo, nesta cruz, não se queima, e que na dor pode existir paz .e que na morte
existe alegria. No dia da morte de Chiara, pela manhã, perguntei a ela: ‘Minha
vida, é verdadeiramente doce esta Cruz, como diz o Senhor?’. Ela olhou para
mim, sorriu e, com um fio de voz, disse: ‘Sim, Enrico, é muito doce’. Contarei
a Francisco sobre como é belo deixar-se amar por Deus, pois, se alguém se sente
amado, consegue fazer tudo. Para mim, essa é a essência da vida: deixar-se
amar, para também amar a quem está ao nosso redor. E direi a Francesco que foi
exatamente isso que fez sua mãe”, afirma Enrico.
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Santa Gianna
Santa Gianna foi uma médica pediatra italiana. Na última gestação, aos 39 anos,
descobriu que tinha um mioma no útero. Foram-lhe apresentadas três opções:
histerectomia (retirar o útero doente), o que ocasionaria a morte da criança;
abortar o bebê; ou, a mais arriscada de todas, submeter-se a uma cirurgia e
preservar a gravidez.
Ela respondeu: “Salvem a criança, pois tem o direito de
viver e ser feliz!”. A cirurgia aconteceu em 6 de setembro de 1961. Ela seguiu
os outros sete meses de gestação até que deu entrada para o parto no hospital
de Monza, na sexta-feira da Semana Santa de 1962. No dia seguinte, 21 de abril
de 1962, nasceu Gianna Emanuela, a quem teve por breves instantes em seus
braços. Sempre afirmou: “Entre a minha vida e a do meu filho, salvem a criança!”.
Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em
meio a dores e após ter repetido a jaculatória Jesus eu te amo, eu te amo,
morre santamente.
Foi beatificada por João Paulo II em 1994 e, dez anos
depois, canonizada.
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Fonte: http://jornalsantuario.wordpress.com/2012/07/05/js_chiaracorbella/
http://www.zenit.org/article-31241?l=italian
http://www.zenit.org/article-30612?l=portuguese
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