sábado, 27 de março de 2010

Domingo de Ramos


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Ramos 2010: Hosana Hey
Com o Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém marca o fim daquilo que Jerusalém representava para o Antigo Testamento e assinala o início da nova Jerusalém, a Igreja, que se estenderá por todo o mundo
como um sinal universal da futura redenção.
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Na Igreja primitiva a celebração desse domingo focalizava aspectos diferentes:
Em Roma, o tema central era a Paixão do Senhor; em Jerusalém, era a Entrada triunfal de Jesus, destacando a Procissão dos ramos.
.Atualmente, as duas tradições se integram numa única celebração.
Por isso, a celebração começa com o rito da bênção dos ramos,
a leitura da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e a procissão.
Termina com a celebração da Eucaristia, com a proclamação da Paixão.

Nos unimos ao Povo de Jerusalém, que aclama alegre e feliz: "Hosana ao Filho de Davi".

O Povo estende seus mantos a Jesus que passa, montado num burrinho, e com entusiasmo o saúda com ramos nas mãos.
Os fariseus reclamam dessa agitação "exagerada".
E Jesus responde: "Se eles se calarem, as pedras gritarão..."
É a entrada do "Príncipe da Paz", que esconde os trágicos acontecimentos da paixão.

O Sentido da Paixão e Morte de Jesus: A morte de Jesus deve ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida. Desde cedo, Jesus percebeu que o Pai o chamava a uma missão: Anunciar a Boa Nova aos pobres e pôr em liberdade os oprimidos.
Para concretizar este projeto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina, "fazendo o bem" e anunciando um mundo novo de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos.
Ensinou que Deus era amor e não excluía ninguém, nem os pecadores; ensinou que os pobres e os marginalizados eram os preferidos de Deus.
Avisou os “ricos” e os poderosos, de que o egoísmo e o orgulho,
só podiam conduzir à morte.

O projeto libertador de Jesus entrou em choque com as autoridades, que se sentiram incomodadas com a denúncia de Jesus: não estavam dispostas a renunciar poder, influência, domínio, privilégios.
Por isso, prenderam Jesus, julgaram-no, condenaram-no e pregaram-no na cruz. A morte de Jesus é a conseqüência do anúncio do Reino
que provocou tensões e resistências.

Celebrar a Paixão e Morte de Jesus é abismar-se na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil...
Por amor, ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites,
experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a mordedura das tentações, tremeu perante a morte, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, traído, abandonado, incompreendido, continuou a amar.

Contemplar a Cruz onde se manifesta o amor de Jesus:
Significa assumir a mesma atitude de amor, de entrega e solidarizar-se com os que continuam sendo crucificados...
Significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo...
Significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens.
Significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor...
Somos convidados a começar a Semana Santa, com um novo ardor...
Caminhemos até a Páscoa com amor.

A presença dos ramos em nossos lares deve ser uma lembrança de que hoje aclamamos a Jesus, como nosso Rei, e que desejamos aclamá-lo durante toda a nossa vida, como nosso Salvador.

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 28.03.2010

sábado, 6 de março de 2010

Oração do Matuto



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Bonito texto da poesia caipira.
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(Religiosidade e Folclore caipira)
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Oração do Matuto

Ói Deus,
Nóis tá sempre pedindo as coisas pro Sinhô.
Nóis pede dinhero,
Nóis pede trabaio
Nóis pede pra chovê
E se chove demais
Nóis pede pra pará
Mode a coiêta num afetá.

Nóis pede amô,
Nóis pede pra casá
Pede casa pra morá
Nóis pede saúde
Nóis pede proteção
Nóis pede paiz,
Nóis pede pra dislindá os nó
Quando as coisa cumprica
Mode a vida corrê mió.

Quano a coisa aperta nóis reza
Pedindo tudo que farta
É uma pedição sem fim
E quano as coisa dá certo,
Nóis vai na igreja mais perto
E no pé de argum santo
Que seja de devoção
Nóis deixa sempre uns merréis
E lá no cofre da frente
Nóis coloca mais uns tostão.

Mais hoje Meu Sinhô
Bateu uma coisa isquisita
E eu me puis a matutá
Nóis pede, pede e pede
Mais nóis nunca pregunta
Comé que o Sinhô tá
Se tá triste ou tá contente
Se percisa darguma coisa
Que a gente possa ajudá
E por esse esquecimentp
O sinhô tem que nos adiscurpá

Ói Deus, nóis sempre pensa
Que o Sinhô num percisa de nada
Mas tarvez num seja assim
Tarvez o Sinhô percisa de mim
Sim, o Sinhô percisa, sim
Percisa da minha bondade
Percisa da minha alegria
Percisa da minha caridade
No trato c’os meus irmão.

Nóis semo seu espêio
Nóis semo a Sua Criação
Nóis num pode fazê feio
Nem ficá fazendo rodeio
Nem desapontá o Sinhô
Nem amargá o seu sonho
Que foi um sonho de amô
Quando essa terra todinha criô.

Ói Deus, eu prometo
Vo rezá de ôtro jeito
Vo pará com a pedição
E trocá milagre por tostão
Tarvez eu inté peça uma graça
Mas antes vo vê direitinho
O que é que andei fazendo de bão.
E se nada de bão eu encontrá
Muito vo me envergonhá
E ainda vo pedi perdão.

Texto:Fátima Irene Pinto