quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Jovem italiana salva a vida do filho durante gestação



    Chiara Corbella com o marido Enrico e o filho Francesco

Jovem italiana salva a vida do filho durante a gestação

Leonardo Meira
leonardo.jornal@editorasantuario.com.br

A gravidez tornou-se sinônimo de heroico testemunho pró-vida para a jovem italiana Chiara Corbella Petrillo. Ela faleceu no último dia 13 de junho, após mais de um ano travando uma batalha contra um câncer, o “dragão” que a perseguia, como ela mesma definia o tumor.

A luta de Chiara começou em janeiro de 2011. Aos 27 anos e no quinto mês de gestação, ela viu-se frente a um diagnóstico que deixaria qualquer pessoa atônita: uma grave lesão na língua foi detectada como sendo um carcinoma, tipo de tumor cancerígeno maligno que tende a provocar metástase, fase em que a doença espalha-se rapidamente por todo o corpo.

Ela não hesitou em tomar a decisão de seguir adiante com a gravidez e, apenas após o nascimento do filho, dar início ao tratamento da doença. Anteriormente, a jovem havia tido duas gestações de bebês – Maria e Davide – que nasceram com graves más-formações e morreram pouco tempo após o parto.

Chiara salvou o filho de eventuais impactos do tratamento contra o câncer, que poderia causar até mesmo um aborto. Em 30 de maio de 2011, o filho Francesco veio sadio ao mundo. Ali também se intensificava a peregrinação luminosa da vida da jovem romana. Ao longo do tratamento, Chiara teve de extrair o olho direito. Em 4 de abril deste ano, foi diagnosticada pela equipe médica como “doente terminal”. Seus passos de santidade tornavam-se mais acelerados.

A missa de corpo presente de Chiara foi celebrada no dia 16 de junho, na paróquia de Santa Francesca Romana. O vigário-geral do Papa para a diocese de Roma, cardeal Agostino Vallini, esteve presente. Meses antes, havia conhecido a história e se encontrado com o casal Corbella Perillo. “É a nova Gianna Beretta Molla”, disse o cardeal.

A história de Chiara está dando a volta ao mundo e vídeos com seu testemunho têm registrado milhares de visualizações na internet. “Chiara é uma grande lição de vida, uma luz, fruto de um maravilhoso projeto de Deus que não podemos compreender, mas que existe. Por isso, recolhamos esta herança que nos recorda a necessidade de dar o justo valor a cada pequeno ou grande gesto cotidiano”, afirmou dom Vallini.

O frei franciscano Vito, que acompanhou a família no último período, indicou que, ao saber que era “doente terminal”, Chiara pediu apenas um milagre: “não a cura, mas viver os momentos da doença e do sofrimento em paz. Vimos morrer uma mulher que deu a vida por amor aos outros”.



“Corações enamorados na cruz”

“Vou para o céu juntamente com Maria e Davide. Tu permaneces aqui com o papai. De lá, rezarei por ti, escreveu em uma carta que deixou para o filho Francesco antes de partir. Chiara era casada com Enrico, que conheceu aos 18 anos, durante uma peregrinação. Poucos meses depois, começaram um namoro que durou quase seis anos. Aos 24 anos, casaram-se.

“Viver com a minha mulher foi belíssimo. A cada dia nos enamorávamos mais, tanto um pelo outro quanto por Jesus. Em meio aos sofrimentos, agarramo-nos ao Senhor com todas as nossas forças, pois o que Ele nos pedia era seguramente muito maior do que nós. Na realidade, a Cruz, se vivida com Cristo, não é feia como parece. Se confia nele, descobre que neste fogo, nesta cruz, não se queima, e que na dor pode existir paz .e que na morte existe alegria. No dia da morte de Chiara, pela manhã, perguntei a ela: ‘Minha vida, é verdadeiramente doce esta Cruz, como diz o Senhor?’. Ela olhou para mim, sorriu e, com um fio de voz, disse: ‘Sim, Enrico, é muito doce’. Contarei a Francisco sobre como é belo deixar-se amar por Deus, pois, se alguém se sente amado, consegue fazer tudo. Para mim, essa é a essência da vida: deixar-se amar, para também amar a quem está ao nosso redor. E direi a Francesco que foi exatamente isso que fez sua mãe”, afirma Enrico.

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Santa Gianna

Santa Gianna foi uma médica pediatra italiana. Na última gestação, aos 39 anos, descobriu que tinha um mioma no útero. Foram-lhe apresentadas três opções: histerectomia (retirar o útero doente), o que ocasionaria a morte da criança; abortar o bebê; ou, a mais arriscada de todas, submeter-se a uma cirurgia e preservar a gravidez.

Ela respondeu: “Salvem a criança, pois tem o direito de viver e ser feliz!”. A cirurgia aconteceu em 6 de setembro de 1961. Ela seguiu os outros sete meses de gestação até que deu entrada para o parto no hospital de Monza, na sexta-feira da Semana Santa de 1962. No dia seguinte, 21 de abril de 1962, nasceu Gianna Emanuela, a quem teve por breves instantes em seus braços. Sempre afirmou: “Entre a minha vida e a do meu filho, salvem a criança!”. Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em meio a dores e após ter repetido a jaculatória Jesus eu te amo, eu te amo, morre santamente.

Foi beatificada por João Paulo II em 1994 e, dez anos depois, canonizada.

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Fonte: http://jornalsantuario.wordpress.com/2012/07/05/js_chiaracorbella/

http://www.zenit.org/article-31241?l=italian

http://www.zenit.org/article-30612?l=portuguese