Caçada Infeliz
No município de Rezende
Este fato se passou
Na fazenda Boa Sorte
Foi meu pai quem me contou.
Meu pai tinha sete anos
E já entrava lá na mata
Meu avô dava o tiro
E dizia, vai lá e cata.
Na mata grotão da água
Muitas caças tinham, então.
Era só ter pontaria
E bastante munição.
Meu avô saiu caçar
Em um dia impropriado
Não encontrava nenhuma caça
Estava tudo, muito, calado.
Ele achou um pouco estranho
Toda aquela situação
Mas, corajoso como era
Foi entrando no sertão.
Tenho muita munição
Vou caçar o dia inteiro
Não volto pra casa sem nada
Não vou ficar sapateiro.
Derrepente em sua frente
Um serelepe surgiu.
Ele mirou bem a espingarda
E logo o tiro saiu.
O serelepe estava num tronco,
Alto, dois metros do chão,
Seu formato era uma cruz,
Corpo esticado, aberto as mãos.
À cada tiro que ele dava,
Com um gesto inesperado,
O serelepe girava
E votava no mesmo lado.
Depois de muitos tiros
Sem conseguir acertar,
Prometendo que seria o último,
Ele conseguiu derrubar.
Mandou pegar o bichinho
No meio da folharada,
Revirou para todo lado,
Mas ali não tinha nada.
Nesse instante caiu em si
Veio-lhe na imaginação
Que aquilo era um aviso.
Para Deus pediu perdão.
Saiu depressa da mata
Foi para casa rezar,
Passou o resto do dia
Com a família à brincar.
Americana, 13/07/2001
Nestor de Oliveira Filho
Este fato se passou
Na fazenda Boa Sorte
Foi meu pai quem me contou.
Meu pai tinha sete anos
E já entrava lá na mata
Meu avô dava o tiro
E dizia, vai lá e cata.
Na mata grotão da água
Muitas caças tinham, então.
Era só ter pontaria
E bastante munição.
Meu avô saiu caçar
Em um dia impropriado
Não encontrava nenhuma caça
Estava tudo, muito, calado.
Ele achou um pouco estranho
Toda aquela situação
Mas, corajoso como era
Foi entrando no sertão.
Tenho muita munição
Vou caçar o dia inteiro
Não volto pra casa sem nada
Não vou ficar sapateiro.
Derrepente em sua frente
Um serelepe surgiu.
Ele mirou bem a espingarda
E logo o tiro saiu.
O serelepe estava num tronco,
Alto, dois metros do chão,
Seu formato era uma cruz,
Corpo esticado, aberto as mãos.
À cada tiro que ele dava,
Com um gesto inesperado,
O serelepe girava
E votava no mesmo lado.
Depois de muitos tiros
Sem conseguir acertar,
Prometendo que seria o último,
Ele conseguiu derrubar.
Mandou pegar o bichinho
No meio da folharada,
Revirou para todo lado,
Mas ali não tinha nada.
Nesse instante caiu em si
Veio-lhe na imaginação
Que aquilo era um aviso.
Para Deus pediu perdão.
Saiu depressa da mata
Foi para casa rezar,
Passou o resto do dia
Com a família à brincar.
Americana, 13/07/2001
Nestor de Oliveira Filho
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