sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fraqueza da família é sinal de totalitarismo


Gabriel J. Wilson
Fraqueza da família é sinal claro de totalitarismo

Na família “aprendemos que o verdadeiro papel do Estado é de estar ao serviço dos cidadãos e não de reinventar a humanidade segundo pressupostos ideológicos artificiais: o primeiro e o mais evidente sinal de que o totalitarismo se aproxima é o afundamento da família”, afirmou a deputada Anna Záborská [foto], representante da Eslováquia no Parlamento Europeu de Estrasburgo, em entrevista ao semanário francês Valeurs Actuelles, de 18 de Novembro de 2010.
Filha do médico e bioquímico Anton Neuwirth, católico praticante, condenado pelo regime comunista checo a 12 anos de prisão por ensinar as teorias de um americano, prémio Nobel de química, Anna Záborská foi eleita deputada europeia em 2004, sendo escolhida para chefiar a comissão dos Direitos das mulheres. Ela aí descobre que sua tarefa não é fácil:
“Sob a pressão de lobbies bem organizados, por vezes financiados pela própria Comissão europeia, torna-se difícil fazer valer a ideia de que nenhum compromisso é possível sobre a dignidade da mulher, o respeito à vida desde a concepção até a morte natural e à família composta de esposo, esposa e seus filhos.”
Mas ela não desanima ao lembrar-se de uma parte de sua família desaparecida nos campos nazistas e das raras visitas que pôde fazer a seu pai nas prisões comunistas.
“Nós, do Este europeu, acrescenta, temos uma espécie de sistema antivírus no nosso cérebro. O maior perigo é o politicamente correcto, que pode nos fazer trair as nossas convicções. Quando o virus da mentira se aproxima, nós o percebemos por instinto”.
http://agenciaboaimprensa.blogspot.com/
copiada do blog uniserinterativa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Homenagem à Irmã Maria Therezinha Tonus



À Irmã Maria Therezinha Tonus CP

“Que correria com este povo de Deus que não dá folga.
Mas é muito bom!!! É disto que eu gosto.
É maravilhoso estar onde está o povo de Deus!”
(Irmã Maria Therezinha Tonus CP)

(De Colina para o mundo)
Simples homenagem a uma grande mulher e freira,
Nossa irmã, cunhada, tia...; Irmã Maria Therezinha Tonus CP.

Pelos seus setenta anos de idade, dia 16/10/2010,
E seus quarenta e seis anos de vida religiosa 13/01/2010.

Therezinha de Jesus assumiu sua vocação.
Para a Igreja e pra Jesus entregou seu coração!

À quem conversar com a Irmã Therezinha logo percebe que, tanto em seu semblante como em sua fala, transparecem felicidades por estar trabalhando com o povo de Deus, em especial com aqueles que mais necessitam de uma palavra amiga.

Nesse trabalho de evangelizar, nossa querida irmã Maria Therezinha tem uma trajetória maravilhosa. Como ela mesma diz: “É maravilho estar onde está o povo de Deus”.
Essa caminhada ela começou ainda criança, quando na adolescência com quinze anos de idade, no dia 19 de janeiro de 1956 deixou sua casa, papai, mamãe e irmãos no querido Monte Belo em Colina (SP) e ingressou no Convento; primeiro na Santa Casa em Bebedouro SP, como aspirante, onde estudou e trabalhou aquele ano todo.
Dali, no dia de 02 de janeiro de 1957, alçou vôo mais longe de casa indo morar no aspirantado de Tremembé em São Paulo, Capital, na Comunidade de Santa Gema.
Em janeiro de 1961, por motivo de saúde, voltou como aspirante para a Santa Casa de Bebedouro onde trabalhou o ano todo.
Foi novamente para São Paulo no dia 06 de janeiro de 1962, agora como postulante e entrou no Postulantado em Pinheiros.
No ano seguinte, ali mesmo em Pinheiros, São Paulo, entrou no Noviciado em 12 de janeiro de 1963 permanecendo por três anos nessa casa.
O dia 13 de janeiro de 1964 foi um dia muito feliz para ela e também para seus familiares, nesse dia a nossa irmã fez a Profissão, tornou-se Freira, fazendo seus primeiros votos de pobreza, castidade e obediência.
No ano de 1967 no dia 31 de janeiro nossa “águia” foi para as alturas, voou mais alto ainda indo morar e trabalhar no grande Estado do Paraná. Apenas dez dias ficou em Curitiba e continuou sua estrada indo morar por um ano em Jandaia do Sul (PR), no dia 10 de fevereiro de 1967.
Retornou para Curitiba no ano seguinte onde foi morar no Colégio Passionista Nossa Senhora Menina, isso no mês de janeiro de 1968.
Depois foi residir na Comunidade Ivone Pimentel - Curitiba PR em fevereiro de 1969, e em maio do mesmo ano transferiu-se para a Comunidade São Vicente de Paulo - Curitiba.
No dia 11 de janeiro de 1970, irmanados com a Congregação Passionista seus familiares juntaram suas vozes com as vozes Angelicais num hino de Júbilo aos Céus para cantar Glórias e dar Graças ao nosso Deus pelos Votos Perpétuos da querida Irmã Therezinha. Um dia memorável!
Continuando em Curitiba, em janeiro de 1971 foi morar no Colégio Nossa Senhora Menina, prestando seus serviços nessa Comunidade por mais quatro anos.
Para descansar um pouco a cabeça, deu uma pausa no colégio e foi morar na Comunidade São Vicente de Paulo/Curitiba, isto em janeiro de 1975.
Um ano depois em janeiro de 1976 retornou novamente a Comunidade do Colégio Nossa Senhora Menina.
Como o pássaro águia que vive nas alturas e gosta de fazer vôos longos, também é assim nossa águia missionária. Ela bateu asas novamente em busca de novos horizontes e foi pousar perto da divisa do Brasil com o Paraguai na cidade de São José das Palmeiras (PR), fincando morada na Comunidade de São Gabriel onde morou de janeiro de 1980 até janeiro de 1981; quando ela novamente foi morar e trabalhar na Comunidade de São José em Jandaia do Sul (PR).
Em janeiro de 1983 retornou a Curitiba na Comunidade do Imaculado Coração de Maria, sede Provincial, sempre prestando seus relevantes serviços.
Nos anos de 1987 e 1988, pela terceira vez, foi trabalhar em Jandaia do Sul na Comunidade São José, e no mês de janeiro de 1989 voltou para Curitiba (PR) permanecendo até 1991.
Em Curitiba no mês junho de 1989 a Irmã Therezinha comemorou as Bodas de Prata – 25 anos de vida religiosa - com a presença dos irmãos: Luiza e Rui que representavam a família. Foi uma festa maravilhosa, pois, outras religiosas também comemoravam seus 50 e 60 anos de vida de total entrega ao Senhor.
Em 1992 residiu na Comunidade São Paulo da Cruz no bairro Tucuruvi em São Paulo e em janeiro de 1993 retornou a Curitiba onde foi residir na Comunidade Conservatório Musical Passionista.
Seguindo seu destino de peregrina, então em 1997 ela foi para a Comunidade Nossa Senhora do Rosário em Colombo (PR).
De janeiro de 1998 à 26 de fevereiro de 2010, residiu em Curitiba, na Sede Provincial, desenvolvendo trabalhos preciosos para sua Congregação. Sempre fiel a sua vocação e obediente nessa peregrinação de vida religiosa a Irmã desempenhou valiosos trabalhos, não só no campo religioso, mas também no educacional e de formação.
Como a Missão não pode parar, também a missionária não pára, precisa estar sempre a caminho desbravando novos horizontes.
Atualmente está residindo na Comunidade Nossa Senhora do Rosário em Colombo (PR) exercendo varias atividades apostólicas e cuidando da casa e da Obra da Irmã Antonieta. E pela Província coordena os trabalhos de divulgação e envio de material para a Itália no processo de beatificação da Venerável Irmã Antonieta Farani e da Serva de Deus Maria Madalena Frescobaldi Capponi, fundadora da Congregação.
Esteve na Itália em: 1975 Capítulo Geral: 1985 Curso para formadoras: 1997 peregrinação: 2002 Capítulo geral: 2004 Curso para formadoras. Portugal em: 1996 visita. Israel e Egito em: 1997 peregrinação. Cuba em: agosto de 1999. Espanha em: 2004 passagem Pós-Capítulo. Paraguai em: diversas vezes na assessoria de cursos e trabalhos pela Província.
Na CRB - Regional Curitiba – trabalhou: um ano secretária, três anos Vice-Presidente, três anos Presidente, três anos secretária da Província.
Seu campo de trabalho sempre foi Missão educativa, como professora – coordenadora e diretora, e na formação de novos membros da Família Passionista.
Atualmente, desde 1998 atua intensamente em assessorias na linha da formação humana e teológica nos diversos campos da teologia e da Pastoral.
Parabéns Irmã! É muito bom e é graça de Deus termos um(a) consagrado(a) na família.
Parabéns Therezinha! Que Deus te abençoe e te proteja sempre.

Nós Família Tonus
Americana SP, 30 de outubro de 2010.
Nestor & Zenaide

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"O Arroz de Palma"



Simplesmente emocionante, verdadeiro e de uma ternura impar!
"O Arroz de Palma"Francisco Azevedo

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um.
Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir.
Preferimos o desconforto do estômago vazio.
Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite.
O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas.
Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade.
Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo.
Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante.
Aquele o que surpreendeu e foi morar longe.
Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.
Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher.
Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe “Família à Oswaldo Aranha”, “ Família à Rossini”, Família à “Belle Meunière” ou “Família ao Molho Pardo” em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas.
Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de “Família Diet”,
que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.Enfim, receita de família não se copia, se inventa.
A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia- a -dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança, principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer.
Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas.
Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

Autor: Francisco Azevedo

"Se tivéssemos consciência do quanto nossa vida é passageira, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes"

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Papa fala aos Bispos do Brasil



Aborto e eutanásia são traição ao ideal democrático

Os bispos têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas, afirma Bento XVI.Seria falsa qualquer defesa dos DDHH que não compreendesse a defesa do direito à vida.
VATICANO, 28 Out. 10 / 12:39 pm (ACI).- Em seu discurso aos prelados do Regional Nordeste V da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), o Papa Bento XVI precisou que quando “os direitos fundamentais da pessoa”, tal como o direito à vida ante o aborto, “ou a salvação das almas o exigirem”, os bispos “têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas".
Faltando apenas três dias da realização do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil entre a candidata do governo Dilma Rousseff e José Serra do PSDB, e em meio de uma forte polêmica sobre o aborto, o Papa Bento XVI explicou aos bispos que "ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo»". Abaixo reproduzimos na íntegra o discurso do Papa aos bispos do Nordeste:
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Amados Irmãos no Episcopado,
«Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.
Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.
Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).
Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38).
Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático -que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).
Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária - como vos disse em Aparecida - uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).
Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).
Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.
Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.
Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

PAPA DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA - BENTO XVI