sábado, 23 de maio de 2009

Jardineira Amarela



Jardineira Amarela

Neste amanhecer me veio à lembrança,
Meu tempo de infância e quase chorei.
Naquela estrada, paisagem tão bela,
Jardineira amarela que tanto viajei.

Rompia na chuva aquela barrera,
Na seca a poeira a estrada encobria.
Entre arvoredos e o cheiro do mato,
A ponte e o regato, quanta alegria.

Jardineira amarela cumprindo o horário,
No itinerário do seu vai e vem.
Bairro Monte Belo, destino Colina,
Por entre campina, lotação quase cem!?

Um dia a sorte marcou meu destino,
Ainda menino no ponto a esperar.
Jardineira amarela, só uma passagem,
Minha última viagem, não vou regressar...

A casinha branca, meu belo torrão,
Naquele grotão ainda podia ver,
Nas curvas da estrada que a jardineira fazia,
Pra mim parecia que eu ia morrer.

Da jardineira amarela restou só saudade,
Pois a modernidade assim conspirou.
No dia marcado, sua última viagem,
Na sua bagagem só a história restou.

Americana, 22 de maio de 2009
Nestor de Oliveira Filho

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