sábado, 21 de dezembro de 2013

Uma História que não foi contada


Recomendo a leitura deste livro, ele é muito esclarecedor, tanto para “inteligentes” como para “ignorantes”, crentes ou ateus.

Uma história que não é contada nas escolas

“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental”. Dr. Thomas Woods

Infelizmente muitos estudantes secundários e universitários têm uma visão deformada a respeito da Igreja Católica, sua vida e sua História. Isto tem muito a ver com a imagem errada que muitos professores, de várias disciplinas, especialmente História, lhes passam. Isto gera nos estudantes uma aversão à Igreja desde os bancos escolares. Também a mídia, muitas vezes, cujos elementos foram formados nas mesmas universidades, é a causa de uma visão negativa e deturpada da Igreja. Há uma má vontade explícita contra a Igreja.

O livro “Código da Vinci”, e depois o filme de mesmo nome, bem como inúmeras matérias fantasiosas sobre a Igreja, sem provas históricas ou científicas, aumentaram em todo o mundo, ainda mais, esta visão de que a Igreja Católica é uma Instituição corrupta, perversa, que inventou a divindade de Cristo, e que sobre este mito criou uma Instituição poderosa e dominadora, e que a custa de sangue sempre se impôs ao mundo.

Nada mais errado e perverso. Mas, mesmo assim, as últimas pesquisas de opinião pública mostram que a Igreja está entre as primeiras instituições que têm a confiança do povo.

É hora de os jovens estudantes, especialmente os católicos, conhecerem o outro lado dessa “História” que é mal contada nas escolas. Hoje é lhes mostrado apenas as “sombras” da vida da Igreja, mas há uma má vontade imensa que encobre as “luzes” brilhantes de sua História de 2000 anos. Uma bem montada propaganda laicista no mundo anti-Igreja Católica, envenena os jovens e os joga contra a Igreja.

Foi a Igreja quem salvou e quem moldou a nossa rica Civilização Ocidental da qual nos orgulhamos, onde se preza a liberdade, os direitos humanos, o respeito pela mulher e por cada pessoa. Sem o trabalho lento e paciente da Igreja durante cerca de dez séculos, após a queda do Império Romano e a ameaça dos bárbaros, o Ocidente não seria o mesmo.

Foi esta civilização moderna, gerada no bojo do Cristianismo que nos deu o milagre das ciências modernas, a saudável economia de livre mercado, a segurança das leis, a caridade como uma virtude, o esplendor da Arte e da Música, uma filosofia assentada na razão, a agricultura, a arquitetura, as universidades, as Catedrais e muitos outros dons que nos fazem reconhecer em nossa Civilização a mais bela e poderosa civilização da História. E a responsável por tudo isto foi a Igreja Católica, diz o historiador americano Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard, nos EUA. Ele afirma que:

“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”. [Woods, 2005, p. 7]

Em sua obra o Dr. Thomas apresenta muitas referências de historiadores atuais que confirmam o trabalho da Igreja na construção da Civilização Ocidental; algumas dessas citações estão citadas em nossa Bibliografia no final deste livro para quem desejar se aprofundar no assunto. Como não tenho acesso a todas elas, fiz uso de várias de suas citações referenciadas na Bibliografia.

Foi a Igreja quem humanizou o Ocidente insistindo na sociabilidade de cada pessoa humana. Mas infelizmente tudo isto é silenciado pelos que não gostam da Igreja; por isso, é essencial recuperar esta verdade intencionalmente escondida e abafada.

Há hoje no mundo um anti-Catolicismo espalhado pela mídia e pelas universidades. É dito aos jovens, mentirosamente, que a História da Igreja é uma história de ignorância, repressão, atraso e estagnação, quando a realidade é exatamente o contrário, como têm mostrado muitos historiadores modernos, e como veremos neste livro.

Na verdade a Igreja soube aproveitar o que há de bom na civilização grega e romana, não as desprezou, e soube com os valores cristãos moldar a nossa Civilização.

É preciso saber distinguir entre a “Pessoa” da Igreja, fundada por Cristo, divina, santa, e as “pessoas” da Igreja que são seus filhos, santos e pecadores. Muito se exagera, por exemplo, sobre a Inquisição e as Cruzadas; e se quer analisá-las fora do contexto da época. Isto é um absurdo histórico; ninguém pode entender um fato fora do seu contexto moral, social, psicológico, religioso, etc., da época. Um texto retirado do contexto se torna pretexto; e neste caso para se atacar, denegrir e tentar destruir a Igreja Católica, como se ela fosse vencível neste mundo.

A maioria das pessoas reconhece a influência da Igreja na música, na arte e na arquitetura, mas a influência da Igreja foi muito maior do que se pensa e se conhece. Muitos, mal informados, pensam que centenas de anos antes da época do Renascimento (século XVI), a Idade Média, foi um tempo de ignorância e repressão intelectual, sem brilho, como se fosse um tempo negro onde se imperou somente a superstição e a magia, como se em nome de Jesus Cristo, a ciência e o progresso fossem banidos. Nada mais errado. A Idade média cristã foi, na verdade, um tempo de grande desenvolvimento religioso, cultural e artístico, como veremos.

Nossa Civilização tem uma enorme dívida com a Igreja pelo sistema universitário, pelo trabalho de caridade realizado, pelo advento da lei internacional, o desenvolvimento das ciências, das artes, da música, do direito, da economia e muito mais. A Igreja Católica salvou e construiu a Civilização Ocidental. Com muita rapidez os críticos da Igreja Católica levantam e expõem os erros dos seus filhos em todos os tempos, mas, solertemente escondem as grandes realizações da Igreja em prol da humanidade.

O Dr. Thomas Woods mostra que nos últimos quinze anos, muitos historiadores e pesquisadores como A.C. Crombie, David Lindberg, Edward Grant, Stanley Jaki, Thomas Goldstein, J. L. Heilbron, Rodney Stark, Alvin Schmidt, Robert Phillips, Kenneth Pennington, Daniel Rops, Joseph Needhem, Charles Montalembert, Joseph Mac Donnell, Phillip Hughes, David Knowles, William Lecky, Harold Broad, Michel Davies, Jean Gimpel e muitos outros, mostraram a grande contribuição da Igreja para o desenvolvimento de nossa atual Civilização.

Por exemplo, a contribuição da Igreja para o desenvolvimento da ciência foi enorme; muitos cientistas foram padres. Pe. Nicholas Steno, é considerado o “pai da geologia”. O “pai da egiptologia” foi o padre Athanasius Keicher. A primeira pessoa a medir a taxa de aceleração de um corpo em queda livre foi o Pe. Giambattista Riccioli. Pe Rober Boscovitch é considerado o pai da moderna teoria atômica. Os jesuítas se dedicavam ao estudo dos terremotos tal que a sismologia veio a ser conhecida como a “ciência Jesuítica”. Trinta e cinco crateras da lua foram nomeadas por cientistas e matemáticos jesuítas.

J. L. Heilbron (1999), da Universidade da Califórnia em Berkeley, disse que:

“A Igreja Católica Romana deu mais suporte financeiro e social ao estudo da astronomia por mais de seis séculos do que qualquer outra instituição”. Woods afirma que “o verdadeiro papel da Igreja no desenvolvimento da ciência moderna permanece um dos mais bem guardados segredos da história moderna” [p. 5].

Foram os monges da Igreja que preservaram a herança literária do mundo Antigo após a queda de Roma diante dos bárbaros em 476.

Reginald Grégoire (1985) afirma que os monges deram “a toda a Europa… uma rede de fábricas, centros de criação de gado, centros de educação, fervor espiritual,… uma avançada civilização emergiu da onda caótica dos bárbaros”. Ele afirma que: “Sem dúvida alguma São Bento (o mais importante arquiteto do monarquismo ocidental) foi o Pai da Europa. Os Beneditinos e seus filhos foram os Pais da civilização Europeia”.

O desenvolvimento do conceito de “lei internacional” é atribuída aos pensadores dos séc. XVII e XVIII, mas na verdade surgiu no séc. XVI nas universidades espanholas católicas e foi o Padre Francisco de Vitória, professor, quem ganhou o título de “pai da lei internacional”. A lei ocidental é uma dádiva da Igreja; a lei canônica foi o primeiro sistema legal na Europa, o que deu início ao primeiro corpo coerente de leis.

Segundo Harold Berman (1974), “foi a Igreja que primeiro ensinou ao homem ocidental um sistema moderno de lei. A Igreja primeiro ensinou que conflitos, estatutos, casos, e doutrina podem ser reconciliadas por análises e sínteses”. A formulação dos direitos, que surgiu da civilização ocidental, não veio de John Looke e Thomas Jefferson, mas muito antes, das leis canônicas da Igreja Católica.

Alguns historiadores de economia antiga afirmam que a moderna economia, surgiu com Adam Smith e outros teóricos da economia do séc. XVIII, mas estudos recentes estão mostrando a importância do pensamento econômico dos Escolásticos da Igreja, particularmente os teólogos católicos espanhóis e séc. XV e XVI. O grande economista Joseph Schumpeter considera que esses pensadores católicos foram os fundadores da ciência econômica moderna.

Woods cita Lecky, um historiador do séc. XIX, crítico contra a Igreja, que admitiu que, tanto no campo espiritual como no compromisso da Igreja com os pobres, foi feito algo novo no mundo ocidental e que representou um grande crescimento em relação à Antiguidade.

Assim, a Igreja berçou a Civilização Ocidental em todos os seus campos: arte, filosofia, física, matemática, música, arquitetura, direito, economia, moral, ciência, letras, línguas, etc…

Para se ter ideia da importância da Civilização Ocidental, construída pela Igreja Católica, basta ver, por exemplo, a noticia de 29 janeiro de 2007, publicada pela EFE que diz: “Intocáveis da Índia poderão entrar em templos”. Ela diz que os “dalit”, conhecidos como “intocáveis”, pessoas excluídas da sociedade indiana por estar fora do sistema de castas, poderão finalmente entrar em um templo de Orissa (leste da Índia) pela mesma porta que o resto da população, após 300 anos de proibição, conforme informou o jornal “Hindustan Times”.

Infelizmente hoje o homem ocidental se afasta de Deus e da Igreja, perigosamente, colocando em risco a própria civilização. O Papa Bento XVI assim definiu a situação do mundo hoje:

“[...] no mundo ocidental de hoje vivemos uma nova onda de iluminismo drástico, ou laicismo, como se queira chamá-lo. Tornou-se mais difícil ter fé, pois o mundo no qual estamos é completamente feito por nós mesmos, e nele Deus, por assim dizer, já não comparece diretamente. Não se bebe mais diretamente da fonte, mas sim do recipiente em que a água nos é oferecida. Os homens reconstruíram o mundo por si mesmos, e tornou-se mais difícil encontrar Deus neste mundo” (Entrevista em Castel Gandolfo, 5 de agosto de 2006 ).

Devemos conhecer ao menos um pouco do trabalho maravilhoso da Igreja para salvar e construir a nossa rica Civilização Ocidental. Isto custou o sangue, o suor e as lágrimas de muitos filhos da Igreja. Se muitos deles não estiveram a altura do lugar que ocuparam, a grande maioria soube amar a Jesus Cristo e a Sua Igreja.

Prof. Felipe Aquino

(Retirado do livro: “ Uma história que não é contada”- Ed. Cléofas)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Toda criança não nascida tem a face de Jesus




...afirma Papa a médicos católicos


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu esta sexta-feira, no Vaticano, os participantes do X Encontro da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas. De 18 a 22 de setembro, médicos de todo o mundo debatem em Roma o tema “Catolicismo e cuidados maternos”.

Em seu discurso, o Pontífice propõe três reflexões, sendo a primeira delas a “situação paradoxal” que se assiste hoje em relação à profissão médica. De um lado, os progressos da medicina e, de outro, o perigo de que o médico perca a sua identidade de servidor da vida.

“A situação paradoxal se constata no fato de que, enquanto se atribuem novos direitos à pessoa, nem sempre se tutela a vida como valor primário e direito primordial de todo homem. O fim último do agir médico permanece sempre a defesa e a promoção da vida.”

Neste contexto contraditório, a Igreja apela à consciência de todos os profissionais e voluntários da saúde, de modo especial aos ginecologistas, chamados a colaborar ao nascimento de novas vidas humanas.

Uma mentalidade difundida do útil, a “cultura do descartável”, que hoje escraviza o coração e a inteligência de muitas pessoas, tem um custo altíssimo: pede que se eliminem seres humanos, sobretudo se fisicamente ou socialmente mais fracos. A nossa resposta a esta mentalidade é um “sim” à vida, convicto e sem hesitações. As coisas têm preços e podem ser vendidas, mas as pessoas têm dignidade, valem mais do que as coisas e não têm preço. Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade se tornou nos últimos tempos uma prioridade do Magistério da Igreja.

No ser humano frágil, afirma ainda Francisco, cada um de nós é convidado a reconhecer a face do Senhor, que na sua carne humana experimentou a indiferença e a solidão às quais frequentemente condenamos os mais pobres, seja nos países em desenvolvimento, seja nas sociedades opulentas. Toda criança não nascida, mas condenada injustamente ao aborto, tem a face do Senhor, que antes mesmo de nascer, e logo recém-nascida, experimentou a rejeição do mundo. E cada idoso, mesmo se doente ou no final de seus dias, traz consigo a face de Cristo. Não podem ser descartados!

O terceiro aspecto, disse o Papa, é um mandato: sejam testemunhas e difusores desta “cultura da vida”. Ser católico comporta uma maior responsabilidade, antes de tudo para consigo mesmo, pelo empenho de coerência com a vocação cristã, e depois para com a cultura contemporânea, para contribuir a reconhecer na vida humana a dimensão transcendente, o vestígio da obra criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua concepção. Trata-se de um empenho de nova evangelização que requer, com frequência, ir contra a corrente, pagando pessoalmente. O Senhor conta com vocês para difundir o “evangelho da vida”.

Nesta perspectiva, afirmou ainda o Pontífice, os departamentos de ginecologia são locais privilegiados de testemunho e de evangelização.

“Queridos médicos, vocês que são chamados a se ocuparem da vida humana em sua fase inicial, lembrem a todos, com fatos e palavras, que esta é sempre, em todas as suas fases e em todas as idades, sagrada e sempre de qualidade. E não por um discurso de fé, mas de razão e de ciência! Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, assim como não existe uma vida humana qualitativamente mais significativa de outra. A credibilidade de um sistema de saúde não se mede somente pela eficiência, mas sobretudo pela atenção e pelo amor dispensados às pessoas, cuja vida é sempre sagrada e inviolável”, concluiu Francisco, recordando aos médicos que jamais deixem de pedir ao Senhor e à Virgem Maria a força de realizar bem o seu trabalho e testemunhar com coragem o “evangelho da vida”.

(BF)

Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/09/20/toda_crian%C3%A7a_n%C3%A3o_nascida_tem_a_face_de_jesus,_afirma_o_papa_a/bra-730152
do site da Rádio Vaticano

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Formas de Tratamento e Endereçamento


Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a polidez, entendida como o ajustamento da expressão às normas de educação ou cortesia.

A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia ("Tenho a honra de encaminhar" e não, simplesmente, "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..." em vez de, simplesmente, "Sugiro..."); no cuidado de evitar frases agressivas ou ásperas (até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se menção, por exemplo, a um possível esquecimento...); no emprego adequado das formas de tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a superiores, colegas e subalternos.

No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa. 


Veja o quadro a seguir, que

agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares, eclesiásticas, monárquicas e civis;
apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por extenso, abreviatura singular e plural);
indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.


Autoridades Universitárias

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
ReitoresVossa Magnificência

ou

Vossa Excelência
V. Mag.ª ou V. Maga.

V. Exa. ou V. Ex.ª
V. Mag.asou V. Magas.

ou

V.Ex.as ou V.Exas.
Magnífico Reitor

ou

Excelentíssimo Senhor Reitor
Ao Magnífico Reitor

ou

Ao Excelentíssimo Senhor Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Vice-ReitoresVossa ExcelênciaV.Ex.ª, ou V.Exa.V.Ex.as ou V. Exas.Excelentíssimo Senhor Vice-ReitorAo Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Assessores

Pró-Reitores

Diretores

Coord. de Departamento
Vossa SenhoriaV.S.ª ou
V.Sa.
V.S.as ou V.Sas.Senhor + cargoAo Senhor
Nome
Cargo
Endereço


Autoridades Judiciárias

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
Auditores

Curadores

Defensores Públicos

Desembargadores

Membros de Tribunais

Presidentes de Tribunais

Procuradores

Promotores
Vossa ExcelênciaV.Ex.ª ou V. Exa.V.Ex.as ou V. Exas.Excelentíssimo Senhor + cargoAo Excelentíssimo Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Juízes de DireitoMeritíssimo Juiz
ou

Vossa Excelência
M.Juiz ou V.Ex.ª, V. Exas.V.Ex.asMeritíssimo Senhor Juiz

ou

Excelentíssimo Senhor Juiz
Ao Meritíssimo Senhor Juiz

ou

Ao Excelentíssimo Senhor Juiz
Nome
Cargo
Endereço


Autoridades Militares

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
Oficiais Generais (até Coronéis)Vossa ExcelênciaV.Ex.ª ou V. Exa.V.Ex.as, ou V. Exas.Excelentíssimo SenhorAo Excelentíssimo Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Outras PatentesVossa SenhoriaV.S.ª ou V. Sa.V.S.as ou V. Sas.Senhor + patenteAo Senhor
Nome
Cargo
Endereço


Autoridades Eclesiásticas

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
ArcebisposVossa Excelência ReverendíssimaV.Ex.ª Rev.maou V. Exa. Revma.V.Ex.asRev.mas ou V. Exas. Revmas.Excelentíssimo ReverendíssimoA Sua Excelência Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
BisposVossa Excelência ReverendíssimaV.Ex.ª Rev.maou V. Exa. Revma.V.Ex.asRev.mas ou V. Exas. Revmas.Excelentíssimo ReverendíssimoA Sua Excelência Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
CardeaisVossa Eminência ou Vossa Eminência ReverendíssimaV.Em.ª, V. Ema.

ou

V.Em.ª Rev.ma, V. Ema. Revma.
V.Em.as, V. Emas.

ou

V.EmasRev.mas ou V. Emas. Revmas.
Eminentíssimo Reverendíssimo ou Eminentíssimo Senhor CardealA Sua Eminência Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
CônegosVossa ReverendíssimaV. Rev.ma
ou V. Revma.
V. Rev.mas
V. Revmas.
Reverendíssimo CônegoAo Reverendíssimo Cônego
Nome
Cargo
Endereço
FradesVossa ReverendíssimaV. Rev.ma
ou V. Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendíssimo FradeAo Reverendíssimo Frade
Nome
Cargo
Endereço
FreirasVossa ReverendíssimaV. Rev.ma
ou V. Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendíssimo IrmãA Reverendíssima Irmã
Nome
Cargo
Endereço
MonsenhoresVossa ReverendíssimaV. Rev.ma
ou V. Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendíssimo MonsenhorAo Reverendíssimo Monsenhor
Nome
Cargo
Endereço
PapaVossa SantidadeV.S.-Santíssimo PadreA Sua Santidade o Papa
Sacerdotes em geral e pastoresVossa ReverendíssimaV. Rev.ma
ou V. Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendo Padre / PastorAo Reverendíssimo Padre / Pastor

ou

Ao Reverendo Padre / Pastor
Nome
Cargo
Endereço


Autoridades Monárquicas

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
ArquiduquesVossa AltezaV.A.VV. AA.Sereníssimo + TítuloA Sua Alteza Real
Nome
Cargo
Endereço
DuquesVossa AltezaV.A.VV. AA.Sereníssimo + TítuloA Sua Alteza Real
Nome
Cargo
Endereço
ImperadoresVossa MajestadeV.M.VV. MM.MajestadeA Sua Majestade
Nome
Cargo
Endereço
PríncipesVossa AltezaV.A.VV. AA.Sereníssimo + TítuloA Sua Alteza Real
Nome
Cargo
Endereço
ReisVossa MajestadeV.M.VV. MM.MajestadeA Sua Majestade
Nome
Cargo
Endereço


Autoridades Civis

Cargo ou FunçãoPor ExtensoAbreviatura SingularAbreviatura PluralVocativoEndereçamento
Chefe da Casa Civil e da

Casa Militar

Cônsules

Deputados

Embaixadores

Governadores

Ministros de Estado

Prefeitos

Presidentes da República

Secretários de Estado

Senadores

Vice-Presidentes de Repúblicas
Vossa ExcelênciaV.Ex.ª ou
V. Exa.
V.Ex.as
ou V. Exas.
Excelentíssimo Senhor + CargoAo Excelentíssimo Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Demais autoridades não contempladas com tratamento específicoVossa SenhoriaV.S.ª ou
V. Sa.
V.S.as
ou V. Sas.
Senhor + CargoAo Senhor
Nome
Cargo
Endereço


Saiba Mais

Concordância com os pronomes de tratamento

Concordância de gênero 
Com as formas de tratamento, faz-se a concordância com o sexo das pessoas a que se referem:

Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III Seminário da FALE.
Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das conclusões do III Seminário da FALE.

Concordância de pessoa
Embora tenham a palavra "Vossa" na expressão, as formas de tratamento exigem verbos e pronomes referentes a elas na terceira pessoa:

Vossa Excelência solicitou...
Vossa Senhoria informou...
Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a honra de ouvi-los...

A pessoa do emissor

O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou a primeira do plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto, misturar as duas opções ao longo do texto:

Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência...
Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência...
Cabe-me ainda esclarecer aVossa Excelência...
Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência...


Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua (Excelência, Senhoria, etc.)

Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento direto - usa-se para dirigir-se a pessoacom quem se fala, ou a quem se dirige a correspondência (equivale a você):
Na expectativa do atendimento do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa Senhoria nossas atenciosas saudações.

Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pessoa de quem se fala (equivale a ele fala):
Na abertura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS falou sobre o Plano Estratégico.

Abreviatura das formas de tratamento

A forma por extenso demonstra maior respeito, maior deferência, sendo de rigor em correspondência dirigida ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do cargo ocupado pelo destinatário.

Vossa Magnificência


É assim que manuais mais antigos de redação ensinam a tratar os reitores de universidades. Uma forma muito cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar, e em desuso. Já não existe hoje em dia distanciamento tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo docente e discente. É, pois, perfeitamente aceita hoje em dia a fórmula >Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor.


Fonte:  http://www.pucrs.br/manualred/tratamento.php

sábado, 22 de junho de 2013

As sepulturas na pré-história EB



Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 306 – Ano 1987 – p. 444

Em síntese: As mais antigas sepulturas da pré-história datam de 80.000 a.C. (período paleolítico inferior). Revelam a existência, no homem pré-histórico, de espiritualidade e de senso religioso; com efeito, sepultando seus mortos, os antigos julgavam que eles sobrevivam o que está ligado à crença em Deus ou na Divindade, que assegura ao homem a vida póstuma. Assim o senso religioso, a fabricação de instrumentos de pedra lascada e a produção do fogo são os primeiros sinais da inteligência humana sobre a face da Terra. A religião da racionalidade ou da inteligência humana desde que ela aparece no mundo. Note-se que os animais irracionais não sepultam seus mortos.

As pesquisas de paleontologia têm permitido mais e mais reconstituir os inícios do ser humano sobre a face da terra. É certo que se trata de setor de estudos ainda obscuro e talvez impenetrável em muitos de seus aspectos, pois a própria passagem do tempo destruiu documentos e monumentos que revelariam algo dos primórdios da humanidade.

Um dos pontos que ultimamente têm vindo à baila, é o das sepulturas da pré-história. Examinemos os dados arqueológicos e procuremos ler o seu significado.

Os dados arqueológicos



A pré-história é o período que abrange as atividades do homem anteriores ao aparecimento da escrita, isto é, anteriores a 8.000 a.C..
aproximadamente. Compreende os períodos da Idade da Pedra, em que os homens usavam exclusivamente armas e instrumentos de pedra, sem recurso ao bronze e ao ferro. Nesse uso da pedra, há aperfeiçoamento paulatino, de modo que se distinguem:

a idade paleolítica; os mais antigos instrumentos de pedra têm cerca de 2.500.000 anos. O homem criou então balas, martelos, machados de pedra; descobriu a produção do fogo; vivia da caça de animais e da coleta de frutas e raízes que encontrava. Morava em cavernas, abrigos naturais ou ao ar livre; a idade mesolítica; a idade neolítica.

As linhas divisórias entre essas três épocas da Idade da Pedra são diversamente assinaladas pelos autores, dada a exigüidade de elementos disponíveis para se fazerem cálculos. Mas isto não importa ao tema que aqui nos interessa: as sepulturas da pré-história.

As mais antigas que conheçamos, datam de 80.000 a.C. Para as épocas anteriores a esta data, não temos vestígios explícitos; e isto, por vários motivos: 1) quanto mais recuamos no tempo, mais escassos são os documentos preservados: 2) por ocasião das escavações arqueológicas, o próprio trabalho de remoção de entulhos e terra contribui para deslocar ossadas e instrumentos; assim o que os arqueólogos podem observar, já não tem as suas características típicas originais (como seriam as de uma sepultura); a mensagem dos fósseis torna-se então incompreensível; 3) em vez de sepultar em covas abertas pela mão do homem, os antigos podiam sepultar em depressões do terreno o que contribui para descaracterizar as sepulturas (…).

Hoje conhecem-se cerca de quinze sepulturas da Idade da Pedra – o que é considerado muito significativo; conseguiram atravessar milênios sem se desfazer pela ação das chuvas, da erosão, dos terremotos, das guerras, etc. Eis alguns dos seus principais sítios:
La Chapelle-aux-Saints (França), Grimaldi (Itália), Arena Candida (Itália), Shanidar (Iraque), Qafzeh (perto de Nazaré, Israel)… Quanto mais o período da Pedra avança no tempo, mais profusos aparecem os ritos funerários: as pinturas das cavernas e os artifícios múltiplos que cercavam os mortos, revelam cuidados especiais para com os corpos dos defuntos.

Verifica-se que os cadáveres não eram abandonados, sem mais, à deterioração natural, como se daria no caso de um cão ou de uma ave. Todos os esqueletos da Idade da Pedra, aparecem deitados sobre o lado direito ou o esquerdo, encolhidos, com as mãos e os pés lembrar o feto no útero materno ou o adulto adormecido; não foram lançados à terra de qualquer maneira, mas mereceram
carinho e solicitude da parte dos sobreviventes. Junto ao cadáver colocavam utensílios diversos: armas, estatuetas de Vênus (símbolo da Vida e da fecundidade), jóias (como dentes perfurados, conchas perfuradas, braceletes, pérolas, espinhas de peixe, colares…).

Ao ser sepultado, o cadáver era salpicado de ocre vermelho (minério de ferro) ou era deitado em leito de ocre; este, por sua cor, seria símbolo do sangue e, por conseguinte, da vida. Às vezes, o ocre era colocado explicitamente diante da boca e das fossas nasais, como símbolo do sopro de vida.

Especialmente interessante é a sepultura das duas crianças de Spungir, na URSS: foram enterrados juntas, uma delas tendo a seu lado uma grande lança, oito dardos, dois punhais, dois bastões furados; a outra tinha também uma grande lança comigo, mas apenas dardos e um punhal. Muitas pérolas se achavam em torno da cabeça, dos braços, das pernas, do peito e sobre os pés de cada esqueleto. Traziam bonés muito “ricos” com carreiras de pérolas de marfim de diversas formas dispostas paralelamente,
caninos de raposa polar, semi-anéis talhados em chifre de mamuth (possivelmente destinados a prender os cabelos ou as caudas de raposa que ornamentavam a cabeça). Os punhos tinham braceletes finos; e os dedos, anéis de marfim. Sobre o peito de um dos esqueletos, encontrou-se uma figura de cavalo em forma de placa.

Merece atenção ainda a sepultura dita “do Jovem Príncipe” em Arena Candida (Itália): em torno da cabeça, encontraram-se glóbulos perfurados, jóias outrora cozidas sobre as suas vestes, um grande punhal de pedra em sua mão.

Em Shanidar (Iraque), encontraram-se em torno do esqueleto sedimentos com vestígios de pólen – o que significa que fora o cadáver enterrado sobre um leito de flores vivas e coloridas (…) Isto há cerca de 50.000 anos!

Parece que a ornamentação e os utensílios variavam de acordo com a idade, o sexo e as funções desempenhadas outrora pelo defunto.

À medida que as populações pré-históricas foram assumindo a vida sedentária, constituíram cemitérios. Em conseqüência, foram descobertas verdadeiras necrópoles em Teviec e Hoëdic (Bretanha, França), Muge (Portugal), Vedbaek (Dinamarca), Mallaha (Israel).

Indaga-se agora:

Que pensar?

Qual terá sido a razão do sepultamento dos mortos desde a pré-história?

Em geral, os cientistas estão de acordo em reconhecer que tais sepulturas não têm valor apenas utilitário ou pragmático (atender à higiene, por exemplo), mas exprimem a convicção de que os antepassados sobrevivem no além; precisam de ser acompanhados, guarnecidos, equipados (se não, poderiam voltar?…). A crença na sobrevivência, por sua vez, está ligada à crença em Deus (entendido como os antigos o podiam entender); os defuntos estariam em demanda da Divindade ou já a teriam encontrado… As mitologias dos povos históricos desenvolvem amplamente as crenças do homem pré-histórico, apresentando as “peripécias” ou “aventuras” da vida póstuma.

O Prof. Cécile Lestienne escreveu a respeito o artigo “Funérailles d’antan” na revista “Science et Avenir”, nº 480, fevereiro 1987, pp. 54-59, onde tece as seguintes considerações:

“Podemos afirmar que os sepultamentos intencionais estão obrigatoriamente associados à crença no Além, numa vida póstuma ou num renascimento…? Nosso conhecimento das sociedades arcaicas e primitivas poderia sugerir-no-lo. Mas diz Leroi-Gourhan: Até um ateu aceita ser enterrado…

Não obstante, parece que essa sepulturas são o testemunho de uma certa espiritualidade. É certo que elas não são devidas apenas a cautelas de higiene. Por que os antigos se dariam ao trabalho de enterrar alguém, quando seria mais simples lançar o cadáver numa fossa um tanto afastada?

Mas ainda mais significativos do que esta reflexão são outros indícios:… os corpos não foram enterrados de qualquer modo. O seu sepultamento exigiu cuidados e atenção dos sobreviventes” (pp. 56s).

Assim o Professor Lestienne mesmo acaba reconhecendo que os resquícios funerários da pré-história são o indício da espiritualidade do homem, desde os primórdios da sua pré-história: “Há ao menos 80.000 anos que os homens enterram os seus mortos. Estudando como nossos ancestrais cuidavam dos seus defuntos, os pesquisadores da pré-história esboçam o nascimento da espiritualidade” (revista citada, p. 54).

Um estudioso cristão não pode deixar de valorizar enormemente esses túmulos pré-históricos. São típicos do ser humano, pois nenhum animal, por mais aperfeiçoado que seja, sepulta os seus mortos; o homem, ao contrário, desde que aparece sobre a face da Terra, prática a inumação. Com isto também fica patente que o senso religioso é outra nota congênita no homem desde os albores da existência humana; a religião não é um fenômeno tardio da criatura amedrontada ou amesquinhada pelas forças da natureza, mas é o testemunho da inteligência desde que ela pode ser identificada na penumbra da pré-história. A fabricação de instrumentos lascados em vista de um objetivo a produção do fogo e o sepultamento dos mortos são as primeiras manifestações da racionalidade humana na pré-história.

Fonte: http://cleofas.com.br/as-sepulturas-na-pre-historia-eb/

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Trem da Ilusão


TREM DA ILUSÃO

Nestor de Oliveira Filho

1) O trem-de-ferro chegou na estação
E o maquinista começou apitar
Matei a saudade do meu coração
Pois, de trem-de-ferro eu fui viajar.

(refrão)
Funk, funk, funk o trem saiu mansinho.
Rangendo nos trilhos e soando o apito.
Desaparecendo nas curvas do caminho,
Nas belas paisagens daquele infinito.(bis)

2) Alegria e festa eu levei na bagagem,
Mamãe e papai ao meu lado estão.
Assim memorizei esta bela imagem
Naquele comboio houve grande emoção.

3) Tudo é fantasia, o sonho é de criança.
A realidade eu ainda não falei.
Antes de chegar no destino esperado,
Que infelicidade, neste instante acordei.

04/05/2002 NOF

sábado, 20 de abril de 2013

Seguir Jesus


Papa Francisco sobre cristãos que vivem a fé segundo seus critérios: "Cristão mornos, cristãos 'satélites', não fazem a Igreja crescer. Esta não é a Igreja de Jesus"
Cidade do Vaticano (RV) – “Cristãos mornos são aqueles que querem construir uma igreja na própria medida, mas esta não é a Igreja de Jesus”. Foi o que afirmou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta na manhã deste sábado. Estavam presentes os voluntários do Dispensário Pediátrico ‘Santa Marta’, no Vaticano, confiado às Filhas da Caridade de São Vicente de Paula, que há 90 anos trabalham com crianças e famílias necessitadas de Roma, sem distinção de religião ou nacionalidade. Ao lado do Papa, como coroinhas, duas crianças.

Refletindo sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos, Papa Francisco disse: “A primeira comunidade cristã, depois da perseguição, vive um momento de paz, se consolida, caminha e cresce ‘no temor do Senhor e com a força do Espírito Santo’ “. E é nesta atmosfera que respira e vive a Igreja, chamada a caminhar na presença de Deus e de modo irrepreensível.

Então acrescentou: “É um estilo da Igreja. Caminhar no temor do Senhor é um pouco o sentido da adoração, da presença de Deus, não? A Igreja caminha assim e quando estamos na presença de Deus não fazemos coisas erradas e nem tomamos decisões erradas. Estamos diante de Deus. Também com a alegria e a felicidade: esta é a força do Espírito Santo, isto é o dom que o Senhor nos deu – esta força – que nos faz andar em frente”.

No Evangelho proposto pela liturgia de hoje, muitos discípulos acham muito dura a linguagem de Jesus, murmuram, se escandalizam e por fim abandonam o mestre. “Estes – disse o Santo Padre -, se afastaram, foram embora, porque diziam ‘este homem é um pouco estranho, diz coisas que são muito duras e não podemos com isto….É um risco muito grande seguir este caminho. Temos bom senso, não é mesmo? Andemos um pouco atrás e não tão próximos a ele’. Estes, talvez, tivessem alguma admiração por Jesus, mas um pouco de longe: não queriam se misturar muito com este homem, porque ele diz coisas um pouco estranhas...”.

“Estes cristãos – recordou Francisco - não se consolidam na Igreja, não caminham na presença de Deus, não tem a força do Espírito Santo, não fazem crescer a Igreja”. “São cristãos de bom senso,- acrescentou – somente isto. Tomam distância. Cristãos, por assim dizer, ‘satélites’, que tem uma pequena Igreja, na sua própria medida. Para usar as mesmas palavras que Jesus usou no Apocalipse, ‘cristãos mornos’. Esta coisa morna que acontece na Igreja….Caminham somente na presença do próprio bom-senso, do senso comum...aquela prudência mundana: esta é uma tentação justo da prudência mundana”.

Na homilia, Papa Francisco recorda dos tantos cristãos “que neste momento dão testemunho, em nome de Jesus, até o martírio”. "Estes – afirma – não são cristãos satélites, porque vão com Jesus, no caminho de Jesus”. “Estes sabem perfeitamente aquilo que Pedro disse ao Senhor, quando o Senhor lhe faz a pergunta: ‘Também vocês querem ir embora, serem ‘cristãos satélites’? Responde-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna’. Assim, um grupo grande se torna um grupo um pouco menor, mas daqueles que sabem perfeitamente que não podem ir a outro lugar, porque somente Ele, o Senhor, tem palavras de vida eterna”.

O Papa conclui sua reflexão com esta oração: “Oremos pela Igreja, para que continue a crescer, a consolidar-se, a caminhar no temor de Deus e com a força do Espírito Santo. Que o Senhor nos liberte da tentação daquele ‘bom senso’, da tentação de murmurar contra Jesus, porque Ele é muito exigente e, da tentação do escândalo. E assim por diante...”.

(JE)

Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/04/20/papa_francisco_sobre_crist%C3%A3os_que_vivem_a_f%C3%A9_segundo_seus_crit%C3%A9rios/bra-684870
do site da Rádio Vaticano

sábado, 13 de abril de 2013

O caso Galileu Galilei


O caso Galileu Galilei – Parte 1

Pesa contra a Igreja a acusação de ter condenado o físico italiano Galileu Galilei de maneira injusta. É importante, antes de tudo, esclarecer os fatos dentro do contexto da época, pois sem isso a interpretação histórica fica totalmente deformada.

Durante cerca de quatro séculos, por causa de uma divulgação distorcida e mal intencionada, anti-Igreja Católica, muitas pessoas, especialmente estudantes, pensam que Galileu foi um “mártir” da ciência e que a Igreja foi o carrasco e inimiga do progresso humano e da ciência. O caso Galileu ficou como se fosse o símbolo da rejeição, por parte da Igreja, do progresso científico, ou então do obscurantismo dogmático oposto à ciência. Este mito teve um efeito cultural imenso e fez com que muitos cientistas de boa fé aceitassem a idéia errada de que havia incompatibilidade entre a ciência e a fé cristã.

Por isso, vamos examinar aqui este caso:

Na verdade, o processo de Galileu nem se tratou de um conflito entre ciência e religião, mas foi uma crise interna na Igreja.

Um Simpósio realizado na Universidade Católica de Washington, em 1982, a respeito do caso de Galileu, relatado pelo o repórter Philip J. Hills no jornal Washington Post em artigo transcrito pelo “Latin america Daily Post” de 5/10/1982, nos ajuda a entender melhor a opinião dos cientistas sobre o caso Galileu. O Simpósio foi denominado “Reinterpretando Galileu”. Entre outros astrônomos participarm do Simpósio Oven Gingerich, astrônomo de Harvard, o Padre William Wallace, dominicano da Universidade Católica e o polonês Joseph Zycinski.

Os intelectuais aí reunidos, revendo o famoso caso Galileu, do século XVII, destacaram o fato de que a tese heliocêntrica de Galileu não podia apresentar em seu favor razões convincentes na época; Galileu julgava que o fluxo das marés seria a prova da revolução da Terra em torno do Sol, quando na verdade se sabe que as marés se devem à força da gravidade da Lua. Sem argumentos sólidos a tese de Galileu só podia parecia errônea aos teólogos do século XVII, para quem o geocentrismo tinha não somente base científica, mas também autoridade incutida pelas páginas bíblicas (cf. Js 10,12s). É preciso, então, entender a atitude da repulsa a Galileu na época a partir das circunstâncias da época, e não em função de dados que só mais tarde foram definitivamente reconhecidos.

Os intelectuais fizeram várias afirmações contrárias à crença popular, entre elas:

1 – “Galileu não foi acusado nem condenado por heresia. Galileu não foi torturado, nem lhe foram mostrados os instrumentos de tortura.

2 – O ponto de debate no processo não foi estritamente de ignorância religiosa versus verdade científica: a verdade científica em si mesmo, naquela época, era obscura e equívoca.

3 – E, depois de Galileu concordar em dizer que não acreditava na terra em movimento e no sol parado, provavelmente não pronunciou, como diz a lenda, as provocadoras palavras: “E, contudo, ela se move!”

4 – “De fato (disse Gingerich), seria difícil para a Igreja achar Galileu inocente. Ele foi apenas acusado de desobedecer a uma ordem da Igreja, e está fora de dúvida que realmente desobedeceu”.

“Não havia simplesmente prova de que o modelo heliocêntrico de Galileu e de Copérnico fosse melhor do que o modelo popular geocêntrico demonstrado por Tycho Brahe. E o sistema da Brahe tinha a vantagem de não se opor à Escritura nem à doutrina da Igreja.

Assim, pelos conhecimentos da época (disseram os intelectuais no Simpósio), houve justificativa para o processo, porque descobriram que Galileu desobedeceu às ordens da Igreja, e por acreditarem que Galileu não dispunha de elementos claros para demonstrar que o sol era o centro do universo. Disse ao astrônomo Wallace que Galileu acreditava muito bem que obteria finalmente provas cabais do sistema heliocêntrico. Mas na época do processo, quando contava cerca de cinquenta anos, Galileu sabia que não tinha argumentos para provar o seu ponto de vista.

Pretendia, portanto, abalar um grande edifício de ciência e fé, que durava vinte séculos (desde Ptolomeu!), sem ter razões convincentes. Com efeito, diz o articulista, Galileu tencionava provar sua tese a partir do fenômeno das marés: estas seriam devidas ao giro da Terra e às revoluções do nosso planeta em torno do Sol. Ora sabe-se que as marés não são causadas pelo movimento da Terra, mas pela força da gravidade da Lua. Os outros argumentos do cientista eram insuficientes para provar o heliocentrismo.

Para sermos justos temos que procurar entender os homens do século XVII a partir das premissas e dos referenciais que para eles eram válidos, e não a partir dos parâmetros que consideramos válidos hoje.

Galileu parecia especialmente inoportuno aos teólogos do século XVII, pelo fato de que não se limitava a afirmar proposições de astronomia, mas introduzia-se no setor da exegese bíblica, tentando assim convencer os teólogos.

A oposição dos teólogos e do Sumo Pontífice à tese de Galileu não compromete a infalibilidade do magistério da Igreja, que se refere apenas aos temas de fé e de Moral.

Em 03/07/1981, o Papa João Paulo II nomeou uma Comissão de teólogos, cientistas e historiadores, a fim de aprofundarem o exame do caso Galileu. Esta Comissão estudou o assunto e, após onze anos de trabalho, apresentou seus resultados ao Papa. Este então, perante a Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, proferiu um discurso, aos 31/10/1992, 350.º aniversário da morte de Galileu, em que reconhecia o erro dos teólogos contemporâneos a Galileu por parte do Santo Ofício em 1633.

Mas ao mesmo tempo o Papa chamou a atenção para a dificuldade que os homens do século XVII deviam experimentar, para aceitar a tão revolucionária teoria de Galileu; era preciso que, de um lado, se fixassem novos critérios de hermenêutica bíblica e, de outro lado, a proposição heliocêntrica se corroborasse com argumentos ainda mais sólidos do que os que Galileu podia apresentar.

Entre outras coisas disse o Papa em seu discurso [L`Osservatore Romano]:

“Galileu rejeitou a sugestão de apresentar o sistema de Copérnico como uma hipótese, até ser confirmado por provas irrefutáveis. Tratava-se de uma exigência do método experimental, do qual ele foi o iniciador genial.”

“O problema que os teólogos da época se puseram era o da compatibilidade do heliocentrismo e da Escritura. A ciência nova, com os seus métodos e a liberdade de investigação que eles supõem, obrigava os teólogos a interrogarem-se sobre os seus próprios critérios de interpretação da Escritura. A maioria não o soube fazer. Paradoxalmente, Galileu, fiel sincero, mostrou-se sobre este ponto mais perspicaz do que os seus adversários teólogos. Se a Escritura não pode errar, escreve ele a Benedetto Castelli (em 1613), alguns dos seus intérpretes e comentaristas o podem e de muitas maneiras. Também é conhecida a sua carta à Cristina de Lorena (em 1615), que é como que um pequeno tratado de hermenêutica bíblica.”

“A maioria dos teólogos não percebia a distinção formal entre a Escritura Sagrada e a sua interpretação, o que os levou a transpor indevidamente para o campo da doutrina da fé uma questão, de fato relevante, da investigação científica.”

“Recordemos a frase célebre atribuída a Baronio: O Espírito Santo quer nos dizer como se vai para o céu; não como vai o céu.”

“Belarmino, que tinha percebido o que estava realmente em jogo no debate, considerava que, diante de eventuais provas científicas do movimento orbital da Terra ao redor do Sol, devíamos interpretar, com uma grande circunspecção, toda a passagem da Bíblia que parece afirmar que a Terra é imóvel, e “dizer que não o compreendemos, antes de afirmar que é falso o que se demonstra” (Carta ao Pe. A. Foscarini, 12/04/1615)”.

O Papa João Paulo II recordou um fato histórico importante: Galileu já tinha sido reabilitado por Bento XIV em 1741, com a concessão do “Imprimatur” à primeira edição das obras completas de Galileu. Em 1757, as obras científicas favoráveis à teoria heliocêntrica foram retiradas do “Index” de livros proibidos. Em 1822, Pio VII(1800-1823) determinou que o “Imprimatur” podia ser dado também aos estudos que apresentavam a teoria copernicana como tese.

Hoje já não há mais dificuldade de se conciliar a fé com a ciência, pois os estudiosos tomaram consciência de que a Bíblia não pretende ensinar ciências naturais, mas se refere aos fenômenos da natureza usando uma linguagem familiar pré-científica, suficiente para exprimir a mensagem religiosa que a Escritura Sagrada quer ensinar. Naquele tempo não havia essa clareza sobre as Sagradas Escrituras.

Em 1741, diante da prova ótica da revolução da Terra em torno do Sol, Bento XIV (1740-1758) se empenhou para que o Santo Ofício desse o Imprimatur à primeira edição das obras completas de Galileu. Foi preciso, no entanto, que passassem mais de 150 anos para se encontrarem as provas óticas e mecânicas da mobilidade da Terra. Somente em 1851, é que Foucault conseguiu provar o movimento de rotação da Terra, com um pêndulo dependurado do teto do Panteon de Paris, que oscila em um plano fixo enquanto a Terra gira. Isto mostra como era difícil a teoria de Galileu ser aceita na época.

Muitos erros e mentiras são propagados sobre o Caso Galileu: alguns dizem erroneamente que ele foi condenado na Idade Média. Ora, a Idade Média vai até meados do século XV, com a queda de Constantinopla nas mãos dos otomanos (1476), e Galileu só nasceu em 1564, um século após o término da Idade Média. Dizem que ele foi condenado por dizer que a Terra era redonda. Mas já na antiga Grécia isto era admitido por Pitágoras (século VI a.C.) e seus discípulos falavam da esfericidade da Terra, da Lua e do Sol, bem como da rotação da Terra. A expedição de circunavegação da Terra feita por Fernão de Magalhães, em 1521, foi prova da esfericidade da Terra.

Outros, enganados, dizem que Galileu foi o autor da teoria heliocêntrica (Sol no centro do Sistema Solar). Esta teoria começou com Aristarco de Samos, no século III a.C., cerca de 1.900 anos antes de Galileu. Outros dizem que Galileu foi condenado porque defendia o sistema heliocêntrico. Na verdade ele foi condenado por causa do “modo” como o defendia e não pelo que defendia.

O Renascimento do século XVI foi afirmando os valores do homem em termos mais autônomos. No início do século XVII, certa mentalidade leiga, mesmo atéia, começava a inquietar os homens da época. A ciência havia progredido bastante no século XVI; já se apoiava em observações precisas, com métodos novos, deixando de lado as suposições não reais, como eram as conclusões baseadas na Filosofia e na Física medievais quando não se tinha aparelhos de medidas.

Afinal, a Idade Média tinha-lhes deixado a imprensa; Colombo descobriu um novo mundo, Galileu novas estrelas, o uso dos canhões, da bússola, dos moinhos, das armas de fogo, etc. A humanidade saída da Idade Média começava, então, a se julgar adulta e deixar a “dependência de Deus”. Muitos se entusiasmavam com a ciência de forma quase absoluta como os céticos representados por Michel de Montaigne (1533-1592), que atacavam as tradicionais concepções cristãs. Montaigne peregrinava pelos grandes santuários da Europa, mas, como dizia um seu contemporãneo, o Pe. Garasse S.J., “sufocava suavemente, como que com um cordel de seda, o senso religioso”, mediante as suas proposições ambíguas.

É claro que essa nova realidade começou a preocupar as autoridades da Igreja, acostumadas ao mundo da “Cristandade”; e nos casos de flagrante impiedade e ateísmo, reagiam fortemente, desconfiando da nova ciência, movidas pelo desejo de preservar a verdade e os valores da fé e da cultura. Daí o questionamento que a Igreja fez a Montaigne e a outros pensadores da época.

Na verdade, esta época foi um período de transição e de incertezas onde os valores novos se misturavam com os tradicionais, havendo conflitos até se chegar a uma síntese saudável.

Foi neste ambiente de certa reação contra a fé, reação encabeçada por uma ciência aparente, que viveu Galileu Galilei (1564-1642).

Com a invenção do telescópio, Galileu fez muitas descobertas, como as manchas do Sol, as crateras da Lua, a Via Láctea ser constituída por um grande número de estrelas; Júpiter possui Luas (Galileu descobriu quatro), o que demonstrava que a Terra não era o centro de tudo; Vênus tem fases como a Lua, e outras que lhe mostravam a certeza do Sol no centro do Sistema Solar, confirmando a tese de Copérnico.

Galileu publicou estas descobertas em 1610 e isto lhe deu muita popularidade. Entre os que o admiravam estavam o astrônomo protestante Kepler e o famoso matemático jesuíta Clavius.

No século XV, por não conseguir explicar uma série de fenômenos, a teoria geocêntrica (Terra no centro) foi abandonada, retomando-se a teoria heliocêntrica pelo Padre Nicolau Copérnico, nascido na Polônia, em 14/02/1493, e falecido em Frauenburg, Polônia, em 24/05/1543.

Padre Copérnico estudou astronomia e matemática na Universidade Católica de Cracóvia e, por três anos, Direito Canônico em Bolonha, Itália. Estudou também nas Universidades de Roma, Pádua e Ferrara. Em 1501 tornou-se cônego da Catedral de Frauenburg, cidade onde fez suas observações astronômicas. Apresentou o sistema heliocêntrico de Aristarco, com modificações, em dois trabalhos: “Comentários sobre as Hipóteses da Constituição do Movimento Celeste”, em 1530; e “Sobre a Revolução dos Corpos Celestes”, em 1543.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Jesus presente na Eucaristia

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Jesus está presente na Eucaristia. Mas como?
Perguntaram as crianças ao Papa

No dia 15 de outubro de 2005, o Santo Padre Bento XVI encontrou-se com diversas crianças que estavam se preparando para receber pela primeira vez a Eucaristia. Nesse bate-papo com os pequenos, o Pontífice deixou ensinamentos precisos sobre este tão grande mistério.

O jovem André perguntou ao Papa: A minha catequista, ao preparar-me para o dia da minha Primeira Comunhão, disse-me que Jesus está presente na Eucaristia. Mas como? Eu não o vejo!

Bento XVI respondeu: Sim, não o vemos, mas existem tantas coisas que não vemos e que existem e são essenciais. Por exemplo, não vemos a nossa razão, contudo temos a razão. Não vemos a nossa inteligência e temo-la. Não vemos, numa palavra, a nossa alma e todavia ela existe e vemos os seus efeitos, pois podemos falar, pensar, decidir, etc... Assim também não vemos, por exemplo, a corrente eléctrica, mas sabemos que ela existe, vemos este microfone como funciona; vemos as luzes. Numa palavra, precisamente, as coisas mais profundas, que sustentam realmente a vida e o mundo, não as vemos, mas podemos ver, sentir os efeitos. A eletricidade, a corrente não as vemos, mas a luz sim. E assim por diante. Desse modo, também o Senhor ressuscitado não o vemos com os nossos olhos, mas vemos que onde está Jesus, os homens mudam, tornam-se melhores. Cria-se uma maior capacidade de paz, de reconciliação, etc... Portanto, não vemos o próprio Senhor, mas vemos os efeitos: assim podemos entender que Jesus está presente. Como disse, precisamente as coisas invisíveis são as mais profundas e importantes. Vamos, então, ao encontro deste Senhor invisível, mas forte, que nos ajuda a viver bem.

O Papa bento XVI, em breves palavras, afirmou que a presença de Jesus é real na Eucaristia, independentemente se esta não seja “perceptível” aos olhos humanos, porém, este fato não afasta a realidade de que Cristo está presente na Eucaristia.

A pequena Anna perguntou: Caro Papa, poderias explicar-nos o que Jesus queria dizer quando disse ao povo que o seguia: "Eu sou o pão da vida"?

O Pontífice respondeu que: Deveríamos, esclarecer o que é o pão, pois hoje nós temos uma cozinha requintada e rica de diversíssimos pratos, mas nas situações mais simples o pão é o fundamento da nutrição e se Jesus se chama o pão da vida, o pão é, digamos, a sigla, uma abreviação para todo o nutrimento. E como temos necessidade de nos nutrir corporalmente para viver, assim como o espírito, a alma em nós, a vontade, tem necessidade de se nutrir. Nós, como pessoas humanas, não temos somente um corpo, mas também uma alma; somos seres pensantes com uma vontade, uma inteligência, e devemos nutrir também o espírito, a alma, para que possa amadurecer, para que possa alcançar realmente a sua plenitude. E, por conseguinte, se Jesus diz 'eu sou o pão da vida', quer dizer que Jesus próprio é este nutrimento da nossa alma, do homem interior do qual temos necessidade, porque também a alma deve nutrir-se. E não bastam as coisas técnicas, embora sejam muito importantes. Temos necessidade precisamente desta amizade de Deus, que nos ajuda a tomar decisões justas. Temos necessidade de amadurecer humanamente. Por outras palavras, Jesus nutre-nos a fim de que nos tornemos realmente pessoas maduras e a nossa vida se torne boa.

Por fim, o jovem Adriano perguntou ao Sumo Pontífice: Santo Padre, disseram-nos que hoje faremos a Adoração Eucarística. O que é? Como se faz? Poderias explicar-nos isso?

Bento XVI afirmou: A adoração é reconhecer que Jesus é meu Senhor, que Jesus me mostra o caminho a tomar, me faz entender que vivo bem somente se conheço a estrada indicada por Ele, somente se sigo a via que Ele me mostra. Portanto, adorar é dizer: "Jesus, eu sou teu e sigo-te na minha vida, nunca gostaria de perder esta amizade, esta comunhão contigo". Poderia também dizer que a adoração, na sua essência, é um abraço com Jesus, no qual eu digo: "Eu sou teu e peço-te que estejas também tu sempre comigo".

Com essas palavras do Papa Bento XVI dirigidas às pequenas crianças na Alemanha, aprendemos que Jesus está presente na Eucaristia, mesmo que não O vejamos, pois Sua presença está além dos nossos sentidos. Aprendemos que Ele, o Pão da Vida, deseja nos alimentar, para que, em meio ao mundo - faminto de Deus –, possamos caminhar fortemente rumo à vontade d'Ele. Para isso, basta-nos apenas reconhecer Sua presença majestosa e nos prostrarmos em adoração, oferecendo a Ele, a partir da nosso testemunho de vida, uma resposta de amor, a Ele que quer ficar conosco até o fim dos tempos.

Ricardo Gaiotti